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#Notícias#Educação#Ensino e Aprendizagem de Segunda Língua#Outras línguas

CIL de Brasília promove ensino da língua portuguesa para estrangeiros

Por Caroline Alves

05/09/2025

A Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEEDF) lançou em janeiro de 2025 o Programa “Bem-vindos ao Distrito Federal”, que fomenta o acesso à educação para migrantes, refugiados, apátridas e emigrantes retornados — independente da situação migratória ou documental — com foco especial no ensino de Português como Língua de Acolhimento (PLAc), com aulas sendo ministradas em seis Centro Interescolares de Línguas (CIL).

Os Centros Interescolares de Línguas (CILs) que oferecem as aulas são — Guará, Asa Norte, Ceilândia, Samambaia, Taguatinga e São Sebastião — As aulas são voltadas para estudantes a partir do 6º ano do ensino fundamental. As crianças mais novas recebem suporte diretamente nas suas escolas com incentivo à criação de ambientes multilíngues e inclusivos.

No CIL do Guará, já foram atendidos mais de 300 alunos, e atualmente são 160 matriculados. O projeto gerou eventos como formaturas em português e apresentações culturais com comidas típicas, promovendo uma troca cultural entre os participantes.

Para apoiar os educadores e aumentar a qualidade de ensino, foram disponibilizados e realizados cursos de formação continuada por meio da parceria entre a Subsecretaria de Educação Inclusiva e Integral (Subin) e a Escola de Formação Continuada dos Profissionais da Educação (Eape). Também foram produzidos materiais pedagógicos específicos — como o Caderno Pedagógico Migrantes — e divulgados conteúdos multimídia, como o videocast Migrantes Internacionais: a língua como acolhimento e o Documentário CILG – Bem-vindos ao DF – Migrantes Internacionais, disponíveis para consulta.

O programa é realizado na modelagem híbrida: com aulas online, com intenção de facilitar promovendo uma flexibilização e aumentando a participação; e encontros presenciais especialmente voltados a iniciantes ou falantes de línguas muito diferentes do português, como o árabe.

Desde o início, é realizada uma avaliação individual (needs analysis) para adaptar as aulas às necessidades culturais e religiosas dos alunos — como espaços reservados para exercerem suas práticas religiosas ou separação por gênero, quando necessário. O objetivo é valorizar a cultura de cada estudante e promover um ambiente de acolhimento e respeito.

Alguns depoimentos também destacam o impacto transformador do programa:

- A bangladesa Humaira Ferdousi relata que quando chegou ao Brasil não entendia nada de português e tinha dificuldade até para usar o real (a moeda local brasileira). Ao participar do curso, passou a se comunicar com maior facilidade e se sentiu acolhida pelos professores e colegas.

- Carlos Athuro Gomez Gomez, colombiano de 71 anos, que se mostrou apaixonado pela cultura brasileira, elogia o CIL como um espaço de trocas culturais e integração real que vai além do ensino do idioma.

Em conclusão, podemos dizer que essa iniciativa representa um grande avanço no processo de inclusão e acolhimento de pessoas migrantes e refugiadas no Distrito Federal. Ao promover a aprendizagem do português por meio de ações culturais, pedagógicas e, muitas vezes, sensíveis às diferenças, o programa contribui para a integração social, o fortalecimento da identidade e a construção de novas oportunidades para os migrantes no Brasil.

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