Por Pedro Simões
27/06/2025
Em março, Donald Trump declarou o inglês como língua oficial dos Estados Unidos. A decisão fortalece o "English only movement", que busca afirmar a língua inglesa em detrimento dos vários outros idiomas falados no país, que não tinha uma língua oficial.
Nos Estados Unidos, a definição de idioma oficial é determinada por leis estaduais. Atualmente, 32 dos 50 estados adotaram o inglês como idioma oficial, entre eles Alabama, Califórnia, Flórida, Geórgia, Indiana, Texas, Virgínia, Tennessee, Utah, Missouri, Montana, Nebraska e Carolina do Sul, entre outros. Em alguns estados, outros idiomas também possuem status oficial, como línguas indígenas no Alasca, o havaiano no Havaí e o espanhol em Porto Rico.
A situação contrasta com a do Canadá, que, embora também seja um país marcado pela imigração e pela diversidade linguística, reconhece apenas o inglês e o francês como línguas oficiais em nível federal.
Nos Estados Unidos, o inglês é o idioma mais falado e representa a língua materna de cerca de 80% da população. Os outros 20%, estimados em 68 milhões de pessoas, utilizam aproximadamente 350 idiomas diferentes. O espanhol é o mais falado entre eles, seguido por idiomas como mandarim, árabe, tagalog, coreano, japonês, alemão, francês, russo, português, hindi e outras línguas indianas, africanas, indígenas e a Língua Americana de Sinais (ASL).
Estima-se que um em cada cinco norte-americanos não utilize o inglês em casa, e cerca de 5% da população tenha pouco ou nenhum domínio do idioma. Nas grandes cidades, como Nova York, Los Angeles, Miami, Detroit e Chicago, a presença de falantes de outros idiomas é ainda mais expressiva. Entretanto, não são apenas os centros urbanos que registram essa diversidade linguística: há também comunidades rurais que mantêm o uso do alemão e do francês em regiões do interior de diversos estados.
A decisão do governo federal pode ter impactos sobre as políticas linguísticas e sociais, influenciando o uso e a preservação das demais línguas faladas nos Estados Unidos.
