Por Ronaldo Martins
26/11/2025
O poeta, tradutor e crítico literário Leonardo Fróes faleceu em 21 de novembro de 2025, aos 84 anos. Autor de Língua Franca (1968), Esqueci de Avisar que Estou Vivo (1973), e A Pandemônia e Outros Poemas (2021), Fróes marcou a literatura brasileira com suas obras e traduções, incluindo de autores como William Faulkner e Virginia Woolf.
Leonardo Fróes nasceu em 1941, em Itaperuna, no Rio de Janeiro, e construiu uma trajetória marcada pela poesia, tradução e crítica literária. Sua obra completa foi publicada em 2021 pela Editora 34 no volume Poesia Reunida (1968-2021).
Além de poeta, Fróes atuou como tradutor, vertendo dezenas de livros do inglês, francês e alemão, incluindo autores como William Faulkner, Lawrence Ferlinghetti e Virginia Woolf. Entre seus prêmios de tradução, destacam-se o Prêmio Paulo Rónai da Biblioteca Nacional (1998), pela tradução de Middlemarch: um estudo da vida provinciana, e o Prêmio de Tradução da Academia Brasileira de Letras (2008). Sua tradução de Ensaios Seletos, de Virginia Woolf, foi lançada em 2024 pela Editora 34.
Fróes também trabalhou como jornalista e crítico literário, escrevendo regularmente para a Revista dos Livros. Por mais de uma década, manteve colunas sobre meio ambiente nos antigos Jornal do Brasil e Jornal da Tarde, combinando a leveza da crônica com o rigor da divulgação científica.
Em 1971, Fróes decidiu abandonar a vida urbana, vivendo em um sítio no distrito de Secretário, em Petrópolis (RJ), onde construiu uma grande floresta de árvores frutíferas e nativas. O isolamento não o afastou da literatura; pelo contrário, permitiu que se dedicasse integralmente à poesia e à tradução.
Leonardo Fróes foi vencedor do Prêmio Jabuti de Poesia e do Prêmio Alceu Amoroso Lima – Poesia e Liberdade. Seu legado permanece na poesia brasileira, na tradução literária e na construção de pontes entre culturas, refletindo a dedicação de um autor que uniu sensibilidade artística e rigor intelectual.