Por Tayane
09/10/2025
A obra Vamô Vadiá Nêsta Lezeira: Ancestralidade e Simbolismo na Dança da Lezeira do Sertão do Piauí, de Eduardo Pontin e Francisca Sousa, é finalista do Prêmio Jabuti 2025. O livro retrata a tradição afro-indígena da lezeira, dança típica do município de Floresta do Piauí, e destaca a importância cultural dessa manifestação no sudeste do estado.
A lezeira tem raízes afro-indígenas e é uma expressão cultural que remonta ao século XIX. A dança é caracterizada por movimentos coletivos e ritmos marcados, sendo uma forma de resistência e preservação das tradições locais.
O processo de criação do livro envolveu pesquisas de campo realizadas pelos autores, que entrevistaram cerca de 80 mestres da lezeira em um raio de 180 km na região sudeste do Piauí. As entrevistas foram realizadas durante viagens realizadas pelo casal, com o objetivo de registrar e preservar o conhecimento transmitido oralmente pelos praticantes da dança.
Uma característica inovadora da obra é a inclusão de um QR code que permite aos leitores ouvir as canções tradicionais da lezeira, captadas durante as entrevistas e apresentações. O sonoplasta José Dantas utilizou microfones para registrar os sons dos passos dos dançarinos, proporcionando uma experiência imersiva para o público.
A indicação ao Prêmio Jabuti coloca a cultura do Piauí em evidência no cenário literário nacional. Segundo os autores, a premiação é uma oportunidade para dar voz e rosto aos mestres e mestras da lezeira, destacando a importância da preservação das tradições culturais locais.
O resultado final do Prêmio Jabuti 2025 será anunciado no dia 27 de outubro. A cerimônia de premiação ocorrerá no Theatro Municipal do Rio de Janeiro e será transmitida ao vivo pelo canal da Câmara Brasileira do Livro no YouTube.
