Por Sthefany Vogado
12/09/2025
Rita Palmeira foi anunciada como a nova curadora da Flip 2026, que acontecerá entre junho e agosto. Ela assume o lugar deixado por Ana Lima Cecilio, que comandou a curadoria do evento nos últimos dois anos com grande aclamação e saiu no mês passado para ocupar o cargo de editora executiva de ficção nacional na editora Record.
Com formação acadêmica robusta, incluindo mestrado em teoria literária pela Unicamp e doutorado em literatura brasileira pela USP, Rita Palmeira acumula experiência como curadora da Livraria Megafauna, em São Paulo, e apresenta o podcast “Livros no Centro”. Sua trajetória profissional inclui passagens pela editora Três Estrelas (extinta) e pela revista acadêmica Novos Estudos, do Cebrap.
Rita vem se consolidando como uma das principais mediadoras da Flip desde 2017, tendo conduzido diálogos com autores de renome internacional como Annie Ernaux (vencedora do Nobel de Literatura), Mohamed Mbougar Sarr (laureado com o Prêmio Goncourt) e Micheliny Verunschk (ganhadora do Jabuti). Na edição mais recente da festa, moderou o debate entre a portuguesa Anabela Mota Ribeiro e a francesa Neige Sinno. Em comunicado à imprensa, Rita relembrou sua relação de longa data com o evento, que frequenta desde a segunda edição, em 2004, quando testemunhou Paul Auster compartilhando o palco com Chico Buarque — momento que simbolizou, em suas palavras, o reconhecimento de ambos como “igualmente imensos escritores”.
Ela enfatizou o papel pioneiro da Flip em promover o intercâmbio literário internacional e impulsionar autores brasileiros, além de destacar o compromisso do evento em manter a literatura em diálogo com questões contemporâneas: “Ignorar o contexto político, ambiental e cultural não é uma opção para mim nem para a Flip. A literatura perde força quando a desconectamos do mundo que a produz”.
Em sua manifestação, o diretor artístico da Flip, Mauro Munhoz, ressaltou a “parceria profissional” de Rita com a festa, construída por meio de “mediações instigantes entre nomes relevantes da literatura contemporânea”. Munhoz destacou ainda sua “sólida carreira” e sua capacidade de “colocar em diálogo diversas sensibilidades da leitura”, acrescentando que a nova curadoria representa um passo importante para a renovação de ideias e perspectivas nas próximas edições do evento.
