Letramento: mudanças entre as edições
| Linha 306: | Linha 306: | ||
Em síntese, o letramento não pode ser reduzido à alfabetização, embora a inclua. Trata-se de um processo complexo de apropriação social da escrita, em que se conjugam competências individuais, práticas coletivas, contextos históricos e disputas ideológicas. | Em síntese, o letramento não pode ser reduzido à alfabetização, embora a inclua. Trata-se de um processo complexo de apropriação social da escrita, em que se conjugam competências individuais, práticas coletivas, contextos históricos e disputas ideológicas. | ||
= Bibliografia = | |||
== Bibliografia básica == | |||
* BAKHTIN, M. ''Estética da criação verbal''. São Paulo: Martins Fontes, 2003. | * BAKHTIN, M. ''Estética da criação verbal''. São Paulo: Martins Fontes, 2003. | ||
* KLEIMAN, A. B. ''Preciso "ensinar" o letramento?'' Campinas: Cefiel/Unicamp, 2005. | * KLEIMAN, A. B. ''Preciso "ensinar" o letramento?'' Campinas: Cefiel/Unicamp, 2005. | ||
| Linha 315: | Linha 315: | ||
* STREET, B. ''Literacy in Theory and Practice''. Cambridge: Cambridge University Press, 1984. | * STREET, B. ''Literacy in Theory and Practice''. Cambridge: Cambridge University Press, 1984. | ||
== | == Bibliografia complementar == | ||
* BARTON, David; HAMILTON, Mary. ''Local Literacies: Reading and Writing in One Community''. London: Routledge, 1998. | * BARTON, David; HAMILTON, Mary. ''Local Literacies: Reading and Writing in One Community''. London: Routledge, 1998. | ||
* BRITTO, L. P. L. ''Contra o consenso: cultura escrita, educação e participação''. Campinas: Mercado de Letras, 2003. | * BRITTO, L. P. L. ''Contra o consenso: cultura escrita, educação e participação''. Campinas: Mercado de Letras, 2003. | ||
Edição das 01h40min de 17 de setembro de 2025
O conceito de letramento ocupa posição central nos estudos da linguagem e da educação, distinguindo-se, embora não se desvincule, da noção de alfabetização. Enquanto a alfabetização se refere principalmente à aquisição do sistema de escrita alfabética e à capacidade técnica de decodificação e codificação, o letramento diz respeito à apropriação social da leitura e da escrita, em suas múltiplas funções, práticas e significados.
O letramento representa a capacidade de usar socialmente a leitura e a escrita, indo além da decodificação para incluir a compreensão, interpretação crítica e produção textual contextualmente apropriada. Trata-se de um processo complexo de apropriação social da escrita, em que se conjugam competências individuais, práticas coletivas, contextos históricos e disputas ideológicas.
O letramento, portanto, articula pelo menos quatro dimensões fundamentais: a cognitiva, relacionada às competências linguísticas e interpretativas; a social, vinculada às práticas coletivas de uso da escrita; a ideológica, que remete às relações de poder, valores e legitimidades; e a histórica, que evidencia a transformação constante das práticas discursivas.
Origem e desenvolvimento histórico do conceito
Contexto de surgimento
O conceito de letramento emergiu nos anos 1980 como resposta a uma crescente percepção de que a alfabetização tradicional - vista como mera decodificação mecânica - era insuficiente para preparar os indivíduos para as demandas sociais da leitura e escrita.
No Brasil dos anos 1980, observou-se um paradoxo: as taxas de alfabetização aumentavam, mas persistiam dificuldades relacionadas à compreensão de textos complexos, uso da escrita em contextos formais e participação crítica na sociedade letrada. Era como se as pessoas soubessem "as regras do jogo", mas não soubessem "jogar".
Antecedentes teóricos: Paulo Freire
Essa perspectiva já aparece em Paulo Freire (1989), ao insistir que alfabetizar não pode ser compreendido como um ato meramente mecânico, mas como prática de leitura de mundo. Para Freire, o acesso à palavra escrita deve estar vinculado ao exercício da cidadania e à possibilidade de intervenção crítica na realidade. Nesse sentido, sua pedagogia antecipa a concepção de letramento como processo social, cultural e político, e não apenas como aquisição técnica.
Brian Street e os modelos de letramento
Nos anos 1980, os estudos de Brian Street consolidaram essa inflexão teórica. Street (1984) propôs a distinção entre o modelo autônomo e o modelo ideológico do letramento, fundamentais para a compreensão contemporânea do conceito.
Modelo autônomo
O modelo autônomo, dominante em muitas abordagens educacionais, apresenta as seguintes características:
- Entende a escrita como um conjunto de habilidades cognitivas universais
- Assume que o domínio da escrita garantiria automaticamente avanços sociais e econômicos
- Trata o letramento como habilidade técnica neutra
- Assume efeitos cognitivos universais
- Desconsidera contextos culturais e sociais
- Crítica principal: Mascara as relações de poder inerentes às práticas letradas
Modelo ideológico
O modelo ideológico, em contraste, caracteriza-se por:
- Partir da ideia de que o letramento é sempre situado e permeado por ideologias
- Reconhecer o letramento como prática social situada
- Considerar as relações de poder e ideologia
- Valorizar os diferentes letramentos locais
- Vantagem: Oferece uma visão mais democrática e inclusiva
Como sintetiza Street (1984, p. 8), "não existe letramento em si, mas práticas de letramento, moldadas pelas estruturas de poder e pelos sistemas de significado".
O desenvolvimento no Brasil
No contexto brasileiro, Magda Soares foi responsável por difundir amplamente o conceito, destacando que o letramento é condição para o exercício pleno da cidadania e para a democratização da sociedade (Soares, 2003).
Soares (1998) definiu letramento como "o resultado da ação de ensinar ou de aprender a ler e escrever, bem como o resultado da ação de usar essas habilidades em práticas sociais". Esta definição revolucionou o campo ao:
- Pluralizar o conceito: Reconhecer que não existe UM letramento, mas múltiplos letramentos
- Contextualizar as práticas: Estabelecer que a leitura/escrita só fazem sentido em situações reais
- Politizar o processo: Reconhecer que dominar a escrita é uma questão de poder social
Como observa a autora (Soares, 1998, p. 18), "não basta apenas saber ler e escrever; é preciso viver as práticas sociais da leitura e da escrita, é preciso participar de eventos de letramento".
Expansão dos estudos no Brasil
Essa reflexão articulou-se a outros estudos nacionais importantes:
- Mary Kato (1986): Análise psicolinguística da escrita
- Angela Kleiman (1995): Ênfase nas práticas sociais e comunitárias
- Roxane Rojo (2009): Desenvolvimento dos conceitos de letramentos múltiplos e multiletramentos
Perspectiva etnográfica e crítica
A partir dessas contribuições, a pesquisa em letramento deslocou-se para uma perspectiva etnográfica e crítica, atenta às práticas concretas de leitura e escrita em comunidades específicas.
Barton e Hamilton (1998) concebem o letramento como conjunto de "eventos" e "práticas", em que os textos circulam e adquirem sentido em interação com as instituições e os sujeitos. Angela Kleiman (1995) enfatiza que as práticas letradas são constitutivas da vida social e não podem ser compreendidas apenas como competências individuais.
Multiplicidade e dinamismo
Assim, torna-se necessário reconhecer a existência de múltiplos letramentos: escolares, profissionais, comunitários, digitais, midiáticos, entre outros. Essa pluralidade indica que o letramento não é estático nem uniforme, mas dinâmico e historicamente situado.
A invenção da imprensa, a expansão da escolarização, a cultura de massas e, mais recentemente, as tecnologias digitais alteraram profundamente as formas de ler e escrever. O conceito de multiletramentos amplia esse horizonte, ao reconhecer que as práticas de letramento contemporâneas envolvem múltiplas linguagens, semioses e suportes, o que exige competências híbridas e flexíveis.
Letramento versus alfabetização
O paradigma da alfabetização tradicional
O modelo tradicional de alfabetização caracterizava-se por:
- Foco na correspondência grafema-fonema
- Ensino descontextualizado
- Ênfase na correção ortográfica
- Visão da escrita como código neutro
- Metodologias baseadas em cartilhas e exercícios mecânicos
Exemplos comparativos
Para compreender a distinção entre alfabetização e letramento, considerem-se os seguintes exemplos:
Situação 1 - Leitura de bula de remédio:
- Alfabetização: Decodificar "tomar 2 comprimidos a cada 8 horas"
- Letramento: Compreender que isso significa 3 vezes ao dia, calcular os horários adequados, entender as contraindicações, saber quando procurar orientação médica
Situação 2 - Redes sociais:
- Alfabetização: Ler e escrever comentários
- Letramento digital: Identificar fake news, compreender algoritmos, usar adequadamente diferentes linguagens (memes, hashtags), entender questões de privacidade
Situação 3 - Ambiente acadêmico:
- Alfabetização: Ler textos teóricos
- Letramento acadêmico: Citar adequadamente, construir argumentos baseados em evidências, dominar gêneros como resenha, artigo, dissertação
Letramento e teorias do discurso
A contribuição bakhtiniana
Mikhail Bakhtin revolucionou nossa compreensão da linguagem ao propor que toda comunicação se organiza em gêneros do discurso - "tipos relativamente estáveis de enunciados". Para Bakhtin, dominar um gênero significa compreender três dimensões:
- Conteúdo temático: O que pode/deve ser dito
- Estrutura composicional: Como organizar o texto
- Estilo: Que linguagem usar
Implicações para o letramento: Ser letrado significa dominar os gêneros relevantes para sua participação social. Cada esfera de atividade (escola, trabalho, família, lazer) possui seus gêneros específicos.
Exemplos de gêneros e práticas de letramento
Letramento profissional - e-mail corporativo
Características:
- Estrutura: Assunto claro, saudação formal, corpo objetivo, despedida adequada
- Linguagem: Formal, direta, respeitosa
- Contexto social: Hierarquias, prazos, protocolos institucionais
| Inadequado | Adequado |
|---|---|
| "Oi, preciso falar com você" | "Assunto: Solicitação de reunião - Projeto X Prezado Sr. Silva, solicito agendar reunião..." |
Letramento acadêmico - resenha crítica
Características:
- Estrutura: Apresentação da obra, resumo, análise crítica, avaliação
- Linguagem: Formal acadêmica, terminologia específica, impessoalidade
- Contexto social: Comunidade científica, avaliação por pares
| Inadequado | Adequado |
|---|---|
| "O livro é muito bom e interessante" | "A obra apresenta contribuições significativas ao campo teórico, especialmente na articulação entre os conceitos de..." |
Letramento digital - post em rede social
Características:
- Estrutura: Gancho inicial, desenvolvimento breve, call-to-action
- Linguagem: Informal, emotiva, uso de hashtags e emojis
- Contexto social: Engajamento, viralização, construção de persona
O discurso segundo Foucault
Michel Foucault amplia nossa compreensão ao mostrar que o discurso não é apenas linguagem, mas um conjunto de práticas que constroem conhecimento e poder. Para Foucault, os discursos:
- Determinam o que pode ser dito em determinado contexto
- Estabelecem quem tem autoridade para falar
- Criam objetos de conhecimento e formas de subjetivação
Letramento como prática discursiva: Dominar um letramento específico significa participar de uma formação discursiva, ou seja, compartilhar regras implícitas sobre o que é válido, verdadeiro e legítimo naquele contexto.
Exemplo: o discurso médico
Características do letramento médico:
- Vocabulário técnico: Uso preciso de terminologia científica
- Estrutura argumentativa: Baseada em evidências empíricas
- Autoridade epistêmica: Legitimada pela formação e instituição
- Relações de poder: Define quem pode "diagnosticar" e "prescrever"
Implicação social: Quando um paciente não domina esse letramento, fica em posição de subordinação, aceitando passivamente as orientações sem compreender plenamente sua condição.
Críticas e limitações do conceito
Apesar de sua importância, o conceito de letramento tem recebido várias críticas que merecem consideração cuidadosa.
Críticas teóricas
Risco de "pedagogização" excessiva
Crítica de Collins e Blot (2003): O conceito pode ser usado para responsabilizar indivíduos por "deficiências" que são, na verdade, questões estruturais.
Exemplo: Culpar trabalhadores por não conseguirem empregos por "falta de letramento", ignorando questões como desemprego estrutural e precarização.
Idealização do letramento dominante
Crítica: Tendência a valorizar apenas os letramentos das classes dominantes.
Exemplo: Desvalorizar o letramento de comunidades periféricas (como o rap, cordel, literatura marginal) em favor do letramento escolar tradicional.
Multiplicação excessiva de "letramentos"
Crítica de Britto (2003): A proliferação de termos (letramento digital, científico, matemático, etc.) pode esvaziar o conceito.
Risco: Perder o foco nas questões fundamentais de acesso à cultura escrita.
Determinismo tecnológico
Crítica: Associar automaticamente novas tecnologias a novos letramentos sem considerar continuidades.
Exemplo: Assumir que usar redes sociais automaticamente desenvolve "letramento digital crítico".
Críticas políticas e sociais
Despolitização das desigualdades
Problema: Focar apenas nas habilidades individuais, ignorando estruturas de classe, raça e gênero.
Exemplo: Programas de "inclusão digital" que oferecem acesso à tecnologia mas não questionam por que esse acesso era restrito.
Colonialismo epistêmico
Crítica: Impor modelos de letramento ocidentais/urbanos sobre comunidades tradicionais.
Exemplo: Exigir letramento escolar de povos indígenas sem valorizar suas tradições orais.
Limitações metodológicas
Dificuldade de mensuração
Problema: Como medir algo tão complexo e contextual quanto o letramento?
Exemplo: Testes padronizados podem não capturar letramentos locais relevantes.
Relativismo versus padrões
Tensão: Como equilibrar o respeito à diversidade de letramentos com a necessidade de critérios educacionais?
Implicações educacionais
Repensando o papel da escola
A escola deixa de ser local de transmissão de conhecimentos "neutros" para se tornar espaço de mediação entre diferentes letramentos. Entendê-lo implica reconhecer que as formas de legitimar certos gêneros e excluir outros refletem desigualdades estruturais. Quando a escola privilegia apenas determinadas variedades linguísticas ou gêneros formais, por exemplo, reforça distinções de classe, etnia ou gênero, marginalizando práticas letradas populares e comunitárias.
Princípios norteadores:
- Diversidade: Reconhecer e valorizar os letramentos que os alunos trazem
- Criticidade: Desenvolver leitura crítica dos textos e contextos
- Funcionalidade: Conectar as práticas escolares com práticas sociais reais
- Democratização: Garantir acesso aos letramentos de prestígio social
Estratégias pedagógicas
Projetos de letramento (Kleiman)
Princípio: Partir de problemas reais da comunidade.
Exemplo: Investigar a qualidade da água do bairro → produzir relatório → apresentar para autoridades locais.
Gêneros envolvidos: Questionário, relatório científico, carta formal, apresentação oral.
Sequências didáticas com gêneros (Dolz e Schneuwly)
Estrutura: Apresentação da situação → primeira produção → módulos de aprendizagem → produção final.
Exemplo prático:
- Situação: Criar um podcast sobre literatura brasileira
- Gêneros trabalhados: Roteiro, entrevista, resenha crítica
- Habilidades: Pesquisa, síntese, oralidade, edição de áudio
Letramentos críticos
Objetivo: Questionar as relações de poder presentes nos textos.
Exemplo: Analisar como diferentes jornais cobrem o mesmo evento.
Perguntas-chave: Quem fala? Para quem? Com que interesse? O que está silenciado?
Exemplos de atividades
Atividade multiletramento - "Fake News"
Objetivo: Desenvolver letramento digital crítico.
Processo:
- Coletar notícias sobre o mesmo tema em diferentes fontes
- Identificar elementos textuais e extratextuais que indicam confiabilidade
- Criar um guia visual (infográfico) sobre como identificar fake news
- Compartilhar nas redes sociais da escola
Projeto "Memórias do Bairro"
Objetivo: Valorizar letramentos locais.
Processo:
- Entrevistar moradores antigos (letramento oral)
- Pesquisar documentos históricos (letramento acadêmico)
- Criar um documentário (letramento audiovisual)
- Organizar exposição na escola (letramento expositivo)
Formação docente: novos desafios
Autoconhecimento dos próprios letramentos
O professor precisa refletir sobre suas próprias práticas letradas.
Questão reflexiva: "Que letramentos domino? Quais ainda preciso desenvolver?"
Competência intercultural
Capacidade de transitar entre diferentes letramentos sem hierarquizá-los.
Exemplo: Valorizar tanto a escrita formal quanto o slam poetry.
Atualização constante
Os letramentos são dinâmicos, especialmente os digitais.
Desafio: Acompanhar as transformações tecnológicas e sociais.
Avaliação em contextos de letramento
Mudança de paradigma: Da avaliação de "erros" para avaliação de adequação ao contexto.
Critérios avaliativos:
- Eficácia comunicativa: O texto cumpre seu propósito?
- Adequação ao gênero: Respeita as convenções esperadas?
- Criticidade: Demonstra reflexão sobre o contexto social?
- Criatividade: Inova dentro das possibilidades do gênero?
Considerações finais
O conceito de letramento, apesar de suas limitações e críticas, continua sendo fundamental para compreendermos os desafios educacionais contemporâneos. Essa concepção amplia o horizonte da educação, deslocando a ênfase da mera decodificação para a participação crítica em culturas letradas diversas.
O letramento nos convida a:
- Reconhecer a diversidade de formas de ler e escrever o mundo
- Questionar as hierarquias entre diferentes práticas letradas
- Conectar escola e vida social de forma mais orgânica e crítica
- Formar cidadãos críticos capazes de participar ativamente da sociedade
Em um mundo de transformações digitais aceleradas, mudanças nas formas de trabalho e crescente polarização social, que novos letramentos precisaremos desenvolver? E como garantir que esses desenvolvimentos sejam democráticos e inclusivos?
Em síntese, o letramento não pode ser reduzido à alfabetização, embora a inclua. Trata-se de um processo complexo de apropriação social da escrita, em que se conjugam competências individuais, práticas coletivas, contextos históricos e disputas ideológicas.
Bibliografia
Bibliografia básica
- BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
- KLEIMAN, A. B. Preciso "ensinar" o letramento? Campinas: Cefiel/Unicamp, 2005.
- ROJO, R.; MOURA, E. Multiletramentos na escola. São Paulo: Parábola Editorial, 2012.
- SOARES, M. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte: Autêntica, 1998.
- STREET, B. Literacy in Theory and Practice. Cambridge: Cambridge University Press, 1984.
Bibliografia complementar
- BARTON, David; HAMILTON, Mary. Local Literacies: Reading and Writing in One Community. London: Routledge, 1998.
- BRITTO, L. P. L. Contra o consenso: cultura escrita, educação e participação. Campinas: Mercado de Letras, 2003.
- COLLINS, J.; BLOT, R. Literacy and Literacies. Cambridge: Cambridge University Press, 2003.
- FOUCAULT, M. A arqueologia do saber. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2008.
- FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 23. ed. São Paulo: Cortez, 1989.
- KATO, Mary. No mundo da escrita: uma perspectiva psicolinguística. São Paulo: Ática, 1986.
- KLEIMAN, Angela. Modelos de letramento e as práticas de alfabetização na escola. Campinas: Mercado de Letras, 1995.
- ROJO, Roxane. Letramentos múltiplos, escola e inclusão social. São Paulo: Parábola, 2009.
- SOARES, Magda. Alfabetização e letramento. São Paulo: Contexto, 2003.
- THE NEW LONDON GROUP. A Pedagogy of Multiliteracies: Designing Social Futures. Harvard Educational Review, v. 66, n. 1, p. 60-92, 1996.